Uso não substitui registro: por que “usar a marca há anos” não garante segurança jurídica
Muitos empreendedores acreditam que, por usarem uma marca há anos, estão automaticamente protegidos. Neste artigo, mostramos os limites dessa percepção, explicamos como funciona o direito de precedência e por que o registro de marca no INPI continua sendo o caminho mais seguro para transformar a marca em um ativo jurídico de fato.
Julia Junqueira
11/29/20257 min read


Muitos empreendedores acreditam que, por usarem uma marca há anos, estão automaticamente protegidos. Neste artigo, mostramos os limites dessa percepção, explicamos como funciona o direito de precedência e por que o registro de marca no INPI continua sendo o caminho mais seguro para transformar a marca em um ativo jurídico de fato.


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Entenda, em termos simples, o que o registro de marca realmente protege e por que isso importa para o seu negócio.
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Leitura de risco: o passo inteligente antes de registrar
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1. A ideia de que “quem usa primeiro, tem o direito”
É comum ouvir frases como:
“Eu uso essa marca há muito tempo, então tenho prioridade.”
“Se alguém tentar registrar, eu provo que usei antes.”
Essa percepção tem um fundo jurídico – mas é incompleta.
No Brasil, existe o chamado direito de precedência, que, em certos casos, permite que quem usava a marca de boa-fé, antes do depósito de terceiro, possa:
reivindicar a marca;
ou questionar o pedido/registro posterior.
O problema é que:
isso não é automático;
exige prova robusta de uso anterior;
e, muitas vezes, desloca você para uma posição reativa, de defesa, em vez de controle.




2. O que é (e o que não é) o direito de precedência
De forma simplificada, o direito de precedência:
protege, em alguns cenários, quem já utilizava a marca antes de um terceiro depositar o pedido no INPI,
desde que essa utilização seja de boa-fé, efetiva e comprovável,
e desde que a pessoa que invoca esse direito aja dentro de prazos específicos previstos em lei.
Importante observar:
O direito de precedência não significa que “quem usa primeiro está automaticamente protegido para sempre”.
Ele funciona como um mecanismo de proteção pontual, a ser invocado em situações específicas (por exemplo, em uma oposição ou processo administrativo/judicial), e não como substituto de registro.
Na prática, confiar apenas nisso é assumir que você está disposto a:
disputar processos;
discutir prova de uso anterior;
lidar com incertezas de resultado.




Os limites de confiar só no uso da marca
Se alguém registra primeiro:
passa a ter um título formal, com presunção de validade;
pode, em certos cenários, questionar o seu uso;
pode criar obstáculos para expansão (novas unidades, franquias, licenciamento, parcerias).
Você até pode reagir com base em direito de precedência, mas:
isso demanda tempo, energia e custo;
não há garantia de sucesso;
você fica em posição defensiva, em vez de protagonista.
Terceiros podem registrar antes de você
Insegurança em parcerias, investimentos e vendas
Quando a marca é um ativo central do negócio, parceiros estratégicos tendem a perguntar:
“A marca está registrada?”
“Ela é da empresa mesmo, ou de pessoa física?”
“Existem conflitos no INPI?”
Se a resposta é “não está registrada, mas usamos há anos”, a percepção é de risco.
Em algumas negociações, isso pode:
reduzir valuation;
exigir contingências contratuais;
ou, em casos mais sensíveis, inviabilizar o acordo.
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3.3.
Usar uma marca por anos, sem registro, traz alguns riscos relevantes:
3.
Dificuldade para reagir a usos indevidos
Sem registro, reagir a quem copia ou se aproxima demais da sua marca é mais complexo:
você precisa provar que a marca é sua na prática;
comprovar tempo e extensão de uso;
demonstrar risco de confusão ou aproveitamento indevido.
Com o registro, a linha de defesa é mais objetiva: Você tem um título oficial que reconhece sua titularidade e exclusividade na(s) classe(s) em que atua.




Como o registro muda a sua posição jurídica
Registrar a marca no INPI não é apenas “cumprir uma formalidade”.
É mudar a forma como você ocupa espaço jurídico no mercado.
Com o registro concedido, você passa a:
ter o direito de uso exclusivo da marca em todo o território nacional, para os produtos/serviços cobertos;
poder impedir registros colidentes posteriores;
ter um fundamento sólido para atuar contra cópias e imitações (administrativa ou judicialmente);
dar mais segurança a parceiros, investidores e franqueados.
Em termos práticos:
Você deixa de depender apenas do “histórico de uso” e passa a contar com um ativo formalizado.
4.


E se eu já uso a marca há anos sem registro, o que devo fazer?
Entender se existem marcas idênticas ou semelhantes já depositadas ou registradas;
Avaliar o nível de risco (baixo, médio, alto) associado à continuidade do uso;
Analisar a conveniência de manter, ajustar ou redesenhar o nome.
Fazer uma leitura de risco de marca
Verificar a estratégia de classes e titularidade
Em quais classes faz sentido registrar, considerando sua atuação atual e futura;
Se o titular será pessoa física ou jurídica (e como isso conversa com seu modelo de negócio).
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2
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Se você já usa uma marca na prática e ainda não a registrou, alguns passos ajudam a organizar o cenário:
5.
Avaliar o histórico de uso como elemento a seu favor
Comprovar uso anterior pode, sim, ser valioso em determinadas situações;
Mas é preferível usar esse histórico para fortalecer um registro, e não como única linha de defesa.


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Estruturar o pedido de registro com visão de longo prazo
A ideia não é apenas “dar entrada” no INPI;
É construir uma proteção coerente com os planos da marca.


6. Nosso papel nesse contexto
Quando chegamos em casos de marcas que já estão em uso há anos sem registro, o nosso trabalho costuma seguir essa lógica:
analisar o cenário jurídico da marca atual (riscos, conflitos, força do sinal);
orientar sobre possíveis ajustes de nome quando o risco é muito alto;
definir, com você, a estratégia de classes e titularidade mais alinhada ao seu negócio;
conduzir a Leitura de Risco de Marca e, a partir dela, estruturar ou ajustar o pedido de registro no INPI;
acompanhar o processo de forma próxima, monitorando eventuais oposições e exigências.
A mensagem central é simples:
O uso da marca tem valor, mas não substitui a proteção formal.
Se a sua marca já sustenta reputação, canais e faturamento, é o momento de tratar esse ativo com a mesma seriedade com que você trata outras decisões estratégicas do negócio.


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Dê o primeiro passo certo:


Antes de investir mais em branding, tráfego ou expansão, você pode:
Entender o nível de risco jurídico da sua marca
Análise aprofundada na base do INPI, indo além da busca superficial.
Identificação de marcas iguais ou semelhantes e possíveis conflitos.
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02.
Saber se o nome que você escolheu faz sentido a longo prazo
Classificação em níveis de risco (baixo, médio, alto), de forma objetiva e segura.
Indicação se vale seguir, ajustar ou trocar a marca antes de registrar.


Evitar retrabalho, gastos duplos e dores de cabeça
Redução do risco de indeferimento e oposição no processo.
Mais segurança para investir em identidade visual, site e marketing.
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04.
Definir uma estratégia de proteção alinhada ao seu negócio
Recomendações sobre classe(s) adequadas no INPI, alinhadas com sua realidade.
Orientação sobre titularidade (CPF ou CNPJ) e próximos passos.
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