Como proteger software e tecnologia no Brasil: marca, direito autoral, patente e contratos

Softwares, plataformas digitais e soluções tecnológicas envolvem diferentes camadas de proteção jurídica. Neste artigo, apresentamos, de forma integrada, como funcionam marca, direito autoral, patentes (quando aplicáveis) e contratos na proteção de tecnologia no Brasil, e como isso se conecta à estratégia de negócios.

Julia Junqueira

11/27/20257 min read

Um panorama objetivo das principais ferramentas jurídicas para proteger produtos digitais, código, know-how e posicionamento de marca.

Como proteger software e tecnologia no Brasil: Marca, Direito Autoral, Patente e Contratos

Softwares, plataformas digitais e soluções tecnológicas envolvem diferentes camadas de proteção jurídica. Neste artigo, apresentamos, de forma integrada, como funcionam marca, direito autoral, patentes (quando aplicáveis) e contratos na proteção de tecnologia no Brasil, e como isso se conecta à estratégia de negócios.

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1. Tecnologia não se protege apenas “com uma coisa”

Uma das dúvidas mais recorrentes é:

  • “O que protege meu software: marca, direito autoral ou patente?”

    Na prática, a proteção de tecnologia costuma ser multicamadas, combinando:

    • Marca, para o sinal distintivo no mercado;

    • Direito autoral, para o código-fonte e determinados elementos de interface;

    • Eventualmente, patentes ou modelos de utilidade, em casos muito específicos;

    • Contratos, para organizar relações com desenvolvedores, sócios, clientes e parceiros.

    A pergunta muda de “qual instrumento usar” para “como integrar as ferramentas disponíveis ao meu modelo de negócio”.

2. Marca: a identificação do produto/serviço no mercado

A marca não protege o código em si, mas é essencial para:

  • dar identidade ao produto ou plataforma;

  • construir reputação em torno do nome e identidade visual;

  • impedir que terceiros usem sinais confundíveis para soluções similares.

Para produtos digitais:

  • aplicativos;

  • plataformas SaaS;

  • sistemas internos que eventualmente podem ser comercializados;

O registro de marca no INPI é um dos pilares da proteção, especialmente quando há:

  • estratégia de escalabilidade;

  • planos de licenciamento, franquia, parcerias comerciais.

3. Direito autoral: proteção do código e de determinadas interfaces

No Brasil, o software é protegido como obra intelectual pelo direito autoral.

Isso significa que:

  • o código-fonte, como expressão concreta, é protegido;

  • não é necessário registro para que exista proteção, mas o registro (em órgãos específicos, como INPI para software ou outros mecanismos de prova) pode ser relevante como elemento de comprovação;

  • a proteção recai sobre a forma de expressão, não sobre a “idéia de negócio” em si.

Em termos práticos, é importante:

  • organizar a titularidade do código (quem é o titular: empresa, sócios, desenvolvedor?);

  • prever, em contratos, a cessão ou licença de direitos quando o código é desenvolvido por terceiros (agências, freela, software house).

4. Patente e modelo de utilidade: quando entra em cena

Nem todo software é patenteável.

A legislação brasileira tem critérios rigorosos para proteção por patente, e, muitas vezes, a via adequada não é essa.

Em linhas gerais:

  • patentes e modelos de utilidade se aplicam a soluções técnicas, invenções ou aperfeiçoamentos com requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial;

  • em alguns casos, componentes tecnológicos associados a software podem se enquadrar.

Aqui, cada caso exige análise específica.

O ponto principal é entender que patente não é a via natural ou única para proteção de soluções digitais.

Contratos: a camada estratégica que amarra a proteção

Quando o software é criado por terceiros (freelancers, agências, desenvolvedores externos), é crucial que os contratos estabeleçam claramente:

  • A cessão ou licença dos direitos autorais sobre o código-fonte para a sua empresa;

  • O escopo de uso e as entregas;

  • Cláusulas de confidencialidade para proteger o know-how e segredos de negócio;

  • A propriedade de melhorias e versões futuras.

Relação com desenvolvedores e equipes técnicas

Relação entre sócios e investidores

Acordos societários e de investimento devem definir com precisão:

  • A titularidade da Propriedade Intelectual (marca, código, base de dados, domínio);

  • Como esses ativos são tratados em caso de entrada/saída de sócios ou em rodadas de investimento.

5.1.

5.2.

5.3.

Enquanto registros como marca e direito autoral protegem o sinal e o código, a camada contratual é onde se define a titularidade, o uso, a confidencialidade e as responsabilidades nas relações que envolvem sua tecnologia. Muitos dos conflitos mais complexos em tecnologia não surgem da ausência de um registro, mas da falta de clareza em acordos.

5.

Relação com clientes e parceiros

Contratos com clientes (termos de uso, licenças de software, SLAs) e parceiros (acordos de parceria, NDAs) são fundamentais para:

  • Definir os limites de uso da sua tecnologia;

  • Proteger seus segredos de negócio e informações confidenciais;

  • Estabelecer responsabilidades e evitar litígios.

Os contratos são, portanto, o arcabouço jurídico que organiza as relações e garante que a proteção formal (registros) seja efetiva na prática.

Consideramos os contratos como uma ferramenta essencial de proteção, especialmente em:

Montando uma estratégia integrada de proteção para tecnologia

Proteger software e tecnologia não é um ato isolado, mas uma estratégia integrada que combina diferentes ferramentas jurídicas. Nós organizamos essa análise em três pilares:

6.

Identidade e Posicionamento:

Criação e Conteúdo:

Proteção da marca do seu produto ou plataforma no INPI, garantindo exclusividade e reputação no mercado.

Relações e Exploração:

Estruturação de contratos claros com desenvolvedores, sócios, clientes e parceiros, para definir titularidade, uso e confidencialidade.

Proteção do código-fonte e elementos visuais por direito autoral, e, em casos específicos, avaliação de patentes para inovações técnicas.

Nosso objetivo é que a proteção jurídica acompanhe, de forma coerente e robusta, a forma como você cria, desenvolve e explora valor com sua tecnologia.

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Identificação de marcas iguais ou semelhantes e possíveis conflitos.

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Saber se o nome que você escolheu faz sentido a longo prazo

Classificação em níveis de risco (baixo, médio, alto), de forma objetiva e segura.

Indicação se vale seguir, ajustar ou trocar a marca antes de registrar.

Evitar retrabalho, gastos duplos e dores de cabeça

Redução do risco de indeferimento e oposição no processo.

Mais segurança para investir em identidade visual, site e marketing.

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04.

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